Como vivemos em um país ‘democrático’ e que defende a ‘liberdade de expressão’, na metade da 13 madrugada, três caminhões-pipa da prefeitura apagaram somente 300 metros (cerca de 3.500 caveiras) desenhados por Alexandre. Como não conseguiram impedir o seu trabalho, afinal limpar não é crime, cometeram um outro, que é o da censura. “As pessoas falam que meu projeto deu certo porque decidiram limpar o túnel. Mas limpar não basta. É dizer: ‘Pode continuar sujando que a gente vai limpar’. A questão é parar de poluir”. Com a limpeza, Órion partiu pra outro túnel, o da avenida Rebouças que fica bem próximo dali.
Alexandre agora está trabalhando em um projeto maior, que fala da poluição em vários sentidos. Está usando a fuligem que recolheu do túnel para um outro trabalho e dos panos que usou para desenhar as caveiras, decantou a fuligem e criou tintas para as telas que ele pinta atualmente.Nota mental: Órion devia se tornar o próximo Dalai Lama, com toda essa calma e paciência na hora de falar de seu longo trabalho que foi destruído em tão pouco tempo. Eu, no lugar dele, ficaria muito puta, certeza.