segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

eu vejo o inimigo no espelho.

O desfecho da cilada já tinha dia e hora marcada, daquele horizonte eu não veria a cor.

domingo, 23 de dezembro de 2007

Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.
(...)
Que sei eu do que serei, eu que não sei o que sou?
Ser o que penso?
Mas penso ser tanta coisa!
E há tantos que pensam ser a mesma coisa que não pode haver tantos!
(...)
O mundo é para quem nasce para o conquistar
E não para quem sonha que pode conquistá-lo, ainda que tenha razão.
Tenho sonhado mais que o que Napoleão fez.
Tenho apertado ao peito hipotético mais humanidades do que Cristo.
Tenho feito filosofias em segredo que nenhum Kant escreveu.
Mas sou, e talvez serei sempre, o da mansarda,
Ainda que não more nela;
Serei sempre o que não nasceu pra isso
Serei sempre só o que tinha qualidades;
Serei sempre o que esperou que lhe abrissem a porta ao pé de uma parede sem porta
(...)
Meu coração é um balde despejado.
Como os que invocam espíritos invocam espíritos
Invoco a mim mesmo e não encontro nada.
(...)
Vivi, estudei, amei e até cri,
E hoje não há mendigo que eu não inveje só por não ser eu.

Fernando Pessoa, Tabacaria. (trecho)

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Maquinado, O Homem Binário.

"Qualquer um que fotografar
Os pesadelos de quem não volta a dormir
Vai andar olhando pro céu
Pois vai sempre estar a um passo de cair"

Devido ao meu grau de perplexidade, a única coisa que consigo dizer é que é absurdo o que esse homem conseguiu fazer... Lúcio Maia, mais uma vez me surpreendendo. Quem tiver a oportunidade de baixar ou comprar o cd Maquinado-O homem binário, novo projeto do Lúcio Maia da Nação Zumbi, faça isso ontem! Eu já vou providenciar a compra do meu...

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Nação Zumbi.

"Eu vi a lua sobre a Babilônia
Brilhando mais do que as luzes da Time Square."

Dia 22/12 vai rolar o show de lançamento do novo cd da Nação Zumbi, Fome de Tudo, lá no Marco Zero. No mesmo dia, rola também o show da Bonsucesso Samba Clube, vai perder? O único probleminha é que o show da Nação tá marcado pra começar de 01:30h, ou seja, vai começar só lá pras duas da matina...
*Eu e Cláudia andando na UFPE, passando pelo CTG*

Cláudia-Já percebesse que nessa parte venta mais do que em qualquer outro lugar? Parece um vendaval...
Eu-É mermo, tá ventando normal, daí quando tu passa por aqui venta por todos os lados. Porque será, ein? Coisa estranha...
Cláudia-Vai ver que é aqui onde o vento faz a curva...
Eu-HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAH BOA!

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Sou feliz na hora errada.
Infeliz quando todos dançam.

domingo, 18 de novembro de 2007

Um Sopro de Vida.

Eu sempre quis achar um dia uma pessoa que vivesse por mim pois a vida é tão repleta de coisas inúteis que só a agüento com astenia muscular in extremis, tenho preguiça moral de viver.

Clarice Lispector.

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Hoje não será ainda o dia em que seremos felizes.

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Sem avisar funcionários, Calheiros reassume mandato

O senador Renan Calheiros (PMDB-AL), licenciado da presidência da Casa por 45 dias e do mandato de senador por dez dias, despachou hoje em seu gabinete, onde chegou pouco depois das 17 horas sem avisar os funcionários. A licença médica do senador alagoano terminou na sexta-feira, mas os assessores, embora informados de que Calheiros não a renovaria, não o aguardavam hoje, e sim a partir de amanhã.
Na primeira meia hora, Calheiros aproveitou para comunicar ao presidente interino da Casa, senador Tião Viana (PT-AC), ao líder do governo no Senado, senador Romero Jucá (PMDB-RR), e ao presidente nacional do PMDB, deputado Michel Temer (SP), que estava de volta ao Congresso para se dedicar à sua defesa. Calheiros é acusado, em vários processos no Conselho de Ética, de prática de irregularidades que podem configurar quebra de decoro parlamentar.

Fonte.


Quanto mais eu tento entender o Sr. Calheiros, menos eu consigo. Não sei se o cara é muito doido, cara de pau, cínico por natureza ou tem a ficha limpa. Porque não consigo achar outra explicação pra tanta afronta! Tá todo mundo doido...

domingo, 4 de novembro de 2007

"Assim que o dia cai
Penso em nós dois
E o tempo esvai lembranças ruins
Não posso mais
Vêm-me à memória os dias bons
Que ficaram pra trás
Volta uma vez mais
O mundo é pequeno sem ter
Com quem dividir as coisas banais
Faz muito tempo
Que eu não converso
Sobre a brisa e a sua cor
A dor é muito pra mim
E eu não suporto mais
Andar só pelo jardim
Me lembra você
E os teus aromas
Formas voláteis do nosso amor
Todo esse ar pra respirar
Eu não vou conseguir
Faz muito tempo, eu sei
Eu errei mais uma vez
Quantas mentiras, quantas verdades
Me esqueci de te contar"


Mais uma dose, por favor...

sábado, 3 de novembro de 2007

Comentando sobre a kombi que pegou fogo no posto Texaco, dia desses:

Excluído- Po, tirei umas fotos, será que se eu mandar pro UOL eles publicam? (pausa) É, acho que não, o posto não explodiu...
Eu- Hahaha Desgraça pouca é bobagem...

E assim segue a humanidade.

quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Caiu a ficha.

(virtual, inaudível
voa certeiro, sorrateiro, rápido e mortal)
não existe guerra alguma, apesar de todo esse barulho infernal
é só o capital cruzando o mar.
hoje ele voa mais rápido e certeiro do que qualquer míssil
e quando retorna da missão, tudo o que deixa é terra arrasada
pois seu poder de destruição é muito mais fulminante
fulminante e duradouro.



De certeza, a melhor música que o Fred 04 já compôs.

domingo, 28 de outubro de 2007

"...Saudade é não querer saber se ela está com outro, e ao mesmo tempo querer. É não saber se ele está feliz, e ao mesmo tempo perguntar a todos os amigos por isso... É não querer saber se ele está mais magro, se ela está mais bela. Saudade é nunca mais saber de quem se ama, e ainda assim doer. "

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

E a vida se fez de louca.

"Conhaque pros valetes
Tintos para damas
E cachaça pros pobres
E como já dizia a minha prima Catarina
Deus nos dê fígado, pois temos o planeta inteiro pela frente.
Na verborragia do verso
Estoura o limite de ânsias
Há um desquite que a metáfora não alcança"

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Romário vai treinar o Vasco.

Vasco arruma solução emergencial para o jogo decisivo pela Copa Sul-Americana.

Com a demissão de Celso Roth, o Vasco arrumou uma solução de emergência para o jogo desta quarta-feira, contra o América, do México, em São Januário, pelas quartas-de-final da Copa Sul-Americana: Romário. O atacante também deve voltar a jogar na busca pela vaga. A equipe cruzmaltina perdeu no México por 2 a 0 e precisa de uma vitória por três gols de diferença para chegar às semifinais. Caso devolva o placar de 2 a 0, a classificação será decidida nos pênaltis.

Fonte.

Belíssima solução, agora é que vai tudo pras picas mesmo...

segunda-feira, 22 de outubro de 2007



Muito prazer, me chamam de otário por amor às causas perdidas.

sábado, 20 de outubro de 2007


"Ah!, pequeno príncipe, assim eu comecei a compreender, pouco a pouco, os segredos da tua triste vidinha. Durante muito tempo não tiveste outra distração a não ser a doçura do pôr-do-sol. Aprendi esse novo detalhe quando me disseste, na manhã do quarto dia:
- Gosto muito de pôr-do-sol. Vamos ver um...
- Mas é preciso esperar...
- Esperar o quê?
- Esperar que o sol se ponha.
Tu fizeste um ar de surpresa e, logo depois, riste de ti mesmo. Disseste-me:
-Eu sempre imagino estar em casa!
De fato. Quando é meio-dia nos Estados Unidos, o sol, todo mundo sabe, está se pondo na França. Bastaria poder ir à França num minuto para assistir ao pôr-do-sol. Infelizmente, a França é longe demais. Mas no teu pequeno planeta, bastava apenas recuar um pouco a cadeira. E, assim, contemplavas o crepúsculo todas as vezes que desejavas...
- Um dia eu vi o sol se pôr quarenta e três vezes!
E logo depois acrescentaste:
- Quando a gente está muito triste, gosta de admirar o pôr-do-sol...
- Estavas tão triste assim no dia que contemplaste os quarenta e três?
Mas o principezinho não respondeu"

O Pequeno Príncipe
Antoine de Saint-Exupéry

sexta-feira, 19 de outubro de 2007





Tudo que se vê, pra que crer
Tudo que crê, pra que ter
Tudo que se tem, pra quem?

domingo, 14 de outubro de 2007

S.O.S

"Hoje é domingo, missa e praia, céu de anil
Tem sangue no jornal
Bandeiras na avenida zil
Lá por detrás da triste, linda zona sul
Vai tudo muito bem, formigas que trafegam sem porque
Pelas janelas desses quartos de pensão
Eu, como um vetor,
Tranqüilo, eu tento uma transmutação
Ô, ô seu moço do disco voador
Me leve com você pra onde você for
Ô, ô seu moço, mas não me deixe aqui
Enquanto eu sei que tem tanta estrela por aí
Andei rezando para Tótens e Jesus
Jamais olhei para o céu, meu disco voador além
Já fui macaco em domingos glaciais
Atlantas colossais que eu não soube como utilizar
E nas mensagens que nos chegam sem parar
Ninguém, ninguém pode notar
Estão muito ocupados pra pensar

Ô, ô seu moço do disco voador
Me leve com você pra onde você for
Ô, ô seu moço, mas não me deixe aqui
Enquanto eu sei que tem tanta estrela por aí"




Era uma vez um sábio chinês que um dia sonhou que era uma borboleta, voando nos campos, pousando nas flores, vivendo assim um lindo sonho. Até que um dia acordou e pro resto da vida uma dúvida lhe acompanhou: se ele era um sábio chinês que sonhou que era uma borboleta, ou se era uma borboleta sonhando que era um sabio chinês.

sábado, 13 de outubro de 2007


"Corujinha, corujinha
Que peninha de você
Fica toda encolhidinha
Sempre olhando não sei que
O teu canto de repente
Faz a gente estremecer
Corujinha, pobrezinha

Todo mundo que te vê
Diz assim, ah! coitadinha
Que feinha que é você
Quando a noite vem chegando

Chega o teu amanhecer
E se o sol vem despontando
Vais voando te esconder
Hoje em dia andas vaidosa
Orgulhosa com quê
Toda noite tua carinha

Aparece na TV
Corujinha, corujinha
Que feinha que é você!"

sexta-feira, 12 de outubro de 2007



Sou antigo e movediço como o mangue, não sei como não enlouqueci aos 16. Mas ainda tenho forças para destruir este quarto, este corpo...

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

"abençoados os que esquecem, pois aproveitam até mesmo seus equívocos".

Feliz é o destino do inocente
Esquecendo o mundo e sendo por ele esquecido
Brilho eterno de uma mente sem lembranças
Toda prece é ouvida, toda graça se alcança.

domingo, 7 de outubro de 2007





Nunca ande pelo caminho traçado, pois ele só leva até onde os outros foram.

sábado, 6 de outubro de 2007

PE Music Festival.

Ontem rolou o primeiro dia do PE Music Festival, lá na Fábrica Tacaruna, com Paralamas do Sucesso e Nação Zumbi e O Rappa. Minha experiência de show lá me deixava meio apreensiva. Quando teve Seu Jorge, o saxofonista fazia uns solos cabulosos e nêgo não ouvia nada. O cara lá quase sem fôlego, se matando e você achando que ele tava só representando...

E qual não foi a minha surpresa ao entrar? Puta estrutura, uma área gigante que dava pra ficar correndo feito um louco, uma parte com música eletrônica, o Bar da Boa com palco e banda tocando lá dentro, malabares, praça de alimentação e o caralho. O único problema (afinal, sempre tem que ter algum defeito) era cerveja antártica a 3 reais. O palco principal era gigante, fiquei na espera pra ver qual seria a do som.

De repentemente, anunciam uma banda local, que iria tocar antes dos shows principais: adivinha? Del Rey! Ok, quase tive uma síncope, mas antes eu precisava ligar pra mamãe e pra Venna, só pra fazer aquela invejinha nossa de cada dia (: O show foi lindo, ver o China já valeu todo o meu dinheiro e deu pra começar bem a noite.

Depois de uma longa espera, Nação entra no palco..... sozinha! E toca sozinha por um boooooom tempo, acho que ninguém tava entendendo mais nada. Show foda, como sempre é, com o Lúcio Maia destruindo tudo e com as melhores músicas. Depois de um longo show da Nação, Paralamas entra e eles tocam juntos por, no máximo, meia hora. Quê?? Nação sai de cena e rola um show de Paralamas com direito a sessão poeira e tudo.

Observação que precisa ser feita: digam o que quiserem, mas que é deprimente (ou triste, como preferirem) ver o Herbert naquela cadeira de rodas, ah isso é! Detalhes a parte, o show foi muuuuito bom, os caras deram umas resussitadas em umas musicas que pelamor! Músicas da época que eu tinha uns 5(?) anos e ouvia minhas fitas de Paralamas (claro!), Ultraje e Leoni (hahaha).

O show d'O Rappa foi aquela mesma coisa de sempre, os caras metem um bate-estaca entre uma música e outra e na situação de final de show em que todos estavam (leia-se 'eu', se preferirem) isso acaba morgando. Ou seja, pra mim foi um saco como todos os outros.

Tirando meu surto de final de show, foi tudo tranqüilis e os shows valeram muito a pena. Dinheiro bem aplicado (:

Hoje rola o segundo dia do festival com Charlie Brown Jr & MV Bill e NxZero & Armandinho. Eu que não quero pagar pra ver no que essa gororoba vai dar...

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Presidente da Venezuela Hugo Chávez ataca de cantor e lança disco.


"O presidente venezuelano Hugo Chávez surpreendeu anunciando o lançamento de seu primeiro disco.Intitulado Canciones de Siempre, o primeiro disco de Chávez reúne músicas folclóricas do país que ele costuma cantar em seu programa dominical "Alô, Presidente". A capa do disco exibe uma foto do presidente-cantor com um microfone na mão, usando a tradicional camisa vermelha, um chapéu de palha, segundo o site da AFP.Ainda não foi informado detalhes sobre a distribuição do álbum, mas especula-se que ele seja oferecido gratuitamente ao público."

HAUHAUHAHAUHAUHAUHAUHAUHAHAHAUHA
É o fim do mundo...

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

a barriga pelada é que é a vergonha nacional.


"Magro, perambulando pra se satisfazer
O osso estica a pele, a pele estica pra ver
O prato é visto de longe
O olho grande consome
Só as lombrigas e os vermes faz a barriga crescer"




Toda vez que eu olho no espelho, a minha cara diz que eu sou normal e que isso é coisa rara!

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Sapu-Camillinha, tu mora onde?
Camilla-Em Olinda...
Sapu-Poooooorra, que buraco do caralho! Tu não pega PE 15 Boa Viajem não. Pega PE 15: boa viajem! PE 15: boa viajem!
Camilla-Eita, nem é tão longe assim! Daqui do Contato até minha casa são 15min...
Sapu-Tu tá doida é? Só se for no carro do Batman!


*hoje, discutindo sobre ser ou não vegetariano*

Maligno-Veja bem, ser vegetariano pra não matar os animaizinhos, ok. Mas sendo vegetariano, você também tá matando! Tá matando as árvores...
Eu-As árvores?????? Fudeu, no dia que vegetariano comer árvore eu não sei mais o que como, vou ter que passar a comer brita!
Peu-Ei porra, é vegetariano, não herbívoro!

hahahahah Depois Maligno ainda tentou consertar, mas fudeu, a merda já tava dita...

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

"Olha lá, quem vem do lado oposto
Vem sem gosto de viver
(...)
Olha você!
E diz que não vive a esconder o coração...
Não faz isso amigo
Já se sabe que você só procura abrigo
Mas não deixa ninguém ver
Porque será?"

sábado, 29 de setembro de 2007

O Último Discurso.

(...) Hannah, estás me ouvindo? Onde te encontres, levanta os olhos! Vês, Hannah? O sol vai rompendo as nuvens que se dispersam! Estamos saindo da treva para a luz! Vamos entrando num mundo novo - um mundo melhor, em que os homens estarão acima da cobiça, do ódio e da brutalidade. Ergue os olhos, Hannah! A alma do homem ganhou asas e afinal começa a voar. Voa para o arco-íris, para a luz da esperança. Ergue os olhos, Hannah! Ergue os olhos!

Charles Chaplin.

o terceiro olho.

Henri Cartier-Bresson, um dos mais importantes fotógrafos do século XX, considerado por muitos como o pai do fotojornalismo. Estudava artes em Paris e só descobriu verdadeiramente a fotografia inspirado por uma fotografia do húngaro Martin Munkacsi (que também é foda!), mostrando três rapazes negros a correr em direção ao mar, no Congo. Bresson foi o primeiro fotógrafo da Europa Ocidental a registrar a vida na União Soviética de maneira livre. Fotografou os últimos dias de Gandhi e os eunucos imperiais chineses logo após a Revolução Cultural.

Não usava tripé, somente uma Leica na mão. "Para mim, a fotografia é um reconhecimento simultâneo, numa fração de segundo, do significado do acontecimento, bem como da precisa organização das formas que dá ao acontecimento sua exata expressão'', diz.

De certeza, o meu fotógrafo preferido. Não saberia dizer o porquê, não saberia explicar a sensação que tenho ao ver suas fotos. É inexplicável o que elas me passam.

Bresson morre em agosto de 2004, aos 95 anos (a data exata, eu não sei. Já vi por aí que foi dia 2, 3 e 4 :P ). Mais do que o pesar pela sua partida, fica a profunda admiração de uma obra que dificilmente será igualada.

''Fotografar é colocar na mesma linha de mira a cabeça, o olho e o coração.'' Henri Cartier-Bresson.

quinta-feira, 27 de setembro de 2007





Meus 20 melhores amigos estão num maço de cigarros.

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

sou de todo solidão.

Ora, quem é que não sabe o que é se sentir sozinho
Mais sozinho que um elevador vazio...

"Wish there was something I could say or do
I can resist anything
But temptation from you
But i'd rather walk alone
Than chase you around
I'd rather fall myself
Than let you drag me down
It wouldn't have worked out any way
And now it's just another lonely day
Further along we just may
But for now it's just another lonely day"

segunda-feira, 24 de setembro de 2007




.uoraper méugnin e oirártnoc oa átse odnum O

domingo, 23 de setembro de 2007

coisas que só acontecem em Olinda.

"- Ooooooooolha a promoção, olha a promoção!! Duas bonecas Barbie e não paga nada! Bota a cara, rubro-negro!"

Hahahahahah Nêgo quando quer ser chato é foda...
"How my mind is spinning
And my head is going numb
Right from the beginning
Our ending had begun
I can be your trouble
Shiver into you
Shaking like the thunder
Sinking under
The deeper the blues, the more I see black
The sweeter the bruise, the feeling starts coming back
All the deepest blues are black
When it comes closing in
Reject
Cause I gotta move
And the simple things get in the openings
Connect
Become something new
To remove"



Melancolia e sentimentos vomitados aos berros.

Ópera do Malandro.



Fui ontem prestigiar a Ópera do Malandro, principalmente porque seria a estréia de Maíra. Tirando o cara atrás de mim que não parava de tirar fotos com flash e já tava me deixando muito irritada, a peça foi perfeita! Ri horrores, principalmente com Lúcia (Maíra)

Lúcia- Num-sei-que-lá do meu filho...
Teresinha- Que filho?
Lúcia- Esse daqui minha filha, tá pensando que é chopp?

AHUAHUAHUAHUAHUAHUAHUAHUHAUHAUHA Ok ein.

Irei novamente no próximo domingo, com certeza, mas dessa vez vou chegar mais cedo pra sentar na frente e tirar fotos sem flash! hehe

Em todo caso, o musical está perfeito e eu recomendo a todos!






Nota mental: Tô na casa do pai, não sei quando volto, quem sabe quando a poeira baixar? Inferno astral.

sábado, 22 de setembro de 2007




E o menino triste quer ser um herói, mesmo um herói triste.

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Ando tão à flor da pele que meu desejo se confunde com a vontade de não ser...
(às vezes me preservo, noutras suicido)

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

abrindo as tortas e as cucas.

Atenção: TPM.
Se tocar em mim eu grito, se falar comigo eu choro.


(quando é que isso tudo vai acabar?)

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

"Mas não diga nada que me viu chorando
E pros da pesada diz que eu vou levando
Vê como é que anda aquela vida à tôa
E se puder, me manda uma notícia boa"

terça-feira, 18 de setembro de 2007

Não há nada que acalme um coração que faz do amargo o seu sabor.

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

REDRUM!

Eu e Cláudia, vendo O Iluminado aqui em casa:

Cláudia- Acho que fiz pipi no casulo...

*hahahahaha*

No meio do filme:

Cláudia- Caralho, esse velho é zambeta!

HAHAHAHAHAHAHAHAH Meia hora rindo sem parar.

Eu- Meu irmão, essa mulher é muito afrescalhada, cheia nhenhenhe correndo...

Cláudia- Só quer ser a flor do mamulengo!

HAUHAUAHUAHUHAUHAUAUH To com a barriga doendo até agora, puta que pariu... Pode ser o filme mais sério do mundo, mas sempre chega um ponto que a gente não consegue ficar sem falar besteira.

Lisbon Revisited

Não: Não quero nada.
Já disse que não quero nada

Não me venham com conclusões!
A única conclusão é morrer.

Não me tragam estéticas!
Não me falem em moral!
Tirem-me daqui a metafísica!
Não me apregoem sistemas completos, nao me
[enfileirem conquistas
Das ciências (das ciências, Deus meu, das ciências!) -
Das ciências, das artes, da civilização moderna!

Que mal fiz eu aos deuses todos?

Se têm a verdade, guardem-a!

Sou um técnico, mas tenho técnica só dentro da técnica.
Fora disso, sou doido com todo direito a sê-lo.
Com todo direito a sê-lo, ouviram?

Não me macem, por amor de Deus!

Queriam-me casado, fútil, quotidiano e tributável?
Queriam-me o contrário disto, o contrário de qualquer
[coisa?
Se eu fosse outra pessoa, fazia-lhes, a todos, a vontade.
Assim, como sou, tenham paciência!
Vão para o diabo sem mim,
Ou deixem-me ir sozinho para o diabo!
Para que havermos de ir juntos?

Não me peguem no braço!
Não gosto que me peguem no braço. Quero ser sozinho.
Já disse que sou sozinho!
Ah, que maçada quererem que eu seja de companhia!

Ó céu azul - o mesmo da minha infância -
Eterna verdade vazia e perfeita!
Ó macio Tejo acestral e mudo,
Pequena verdade onde o céu se reflete!
Ó mágoa revisitada, Lisboa de outrora de hoje!
Nada me dais, nada me tirais, nada sois que eu me sinta.

Deixem-me em paz! Não tardo, que eu nunca tardo...
E enquanto tarda o Abismo e o Silêncio quero estar
[sozinho!




Fernando Pessoa.

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Match Point.

"O homem que disse 'eu prefiro ter sorte em alguma coisa, a ser bom naquilo' enxergava a vida de forma profunda. As pessoas temem admitir que uma imensa parte da vida depende da sorte. É assustador pensar que há tanto fora de nosso controle. Num jogo, há momentos em que a bola bate no alto da rede e, por uma fração de segundo, ela tanto pode seguir à frente ou cair de volta. Com um pouquinho de sorte, ela vai em frente e você ganha. Ou talvez não, e você perde."

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Olhe, se tem um negócio que eu definitivamente não curto é fazer compras. Só faço quando realmente tô precisando e gostaria bastante de não precisar fazê-lo nunca. Enfrentar aquele sol de 13h, ônibus, shopping cheio, com todas aquelas pessoas perambulando como se não tivessem mais nada pra fazer da vida. E se não têm, bom, problema delas. O caso é que eu não gosto e ponto final. Lojas cheias, atendentes chatos e insistentes, com aquele sorriso falso e mecânico pregado na cara, vasculhar tudo, centímetro por centímetro em busca de algo que preste, levar um bilhão de roupas pro provador, tira, coloca, olha no espelho, ficou bom, não ficou e, no fim das contas, sair de lá com duas peças. Ir em outras lojas, procurar o que faltou, aturar o shopping cada vez mais cheio, não achar o que se quer, andar, andar, andar, não poder fumar um cigarro, andar, andar, andar até não poder mais ou finalmente achar o diabo da roupa que tava procurando a horas. Depois ter que pegar outro ônibus, voltar pra casa um caco, pés e coluna doendo (credo, tô parecendo uma velha)... É nessas horas que eu queria ser rica pra ter um motorista, pelamor. O engraçado disso tudo, afinal tudo na vida tem seu lado cômico, foi começar toda essa maratona com Eu Não Gosto de Ninguém como fundo musical.

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Camila- Eu tava dizendo às meninas, se fosse uma viajem pra Chapada eu ia nem que fosse sozinha!
Eu- É, eu também, aquele lugar é lindo...
Camila- Agora ir pra Bahia, tsc tsc tsc.
Excluído- Camila, Chapada fica na Bahia...
Camila- Ah é, né... Nem me toquei...




BOA! haha

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

As intermitências da morte.

Nem tudo foi tão sórdido neste país em que não se morre como o que acabou de ser relatado, nem em todas as parcelas de uma sociedade dividida entre a esperança de viver sempre e o temor de não morrer nunca conseguiu a voraz máphia cravar suas garras aduncas, corrompendo almas, submetendo corpos, emporcalhando o pouco que ainda restava dos bons princípios de antanho, quando um sobrescrito que trouxesse dentro algo que cheirasse a suborno era no mesmo instante devolvido à procedência, levando uma resposta firme e clara, algo assim como, Compre brinquedos para os seus filhos com esse dinheiro, ou, Deve ter-se equivocado no destinatário. A dignidade era então uma forma de altivez ao alcance de todas as classes. Apesar de tudo, apesar dos falsos suicidas e dos sujos negócios da fronteira, o espírito de aqui continuava a pairar sobre as águas, não as do mar oceano, que esse banhava outras terras longe, mas sobre os lagos e os rios, sobre as ribeiras e os regatos, nos charcos que a chuva deixava ao passar, no luminoso fundo dos poços, que é onde melhor se percebe a altura a que está o céu e, por mais extraordinário que pareça, também sobre a superfície tranqüila dos aquários. Precisamente, foi quando, distraído, olhava o peixinho vermelho que viera boquejar à tona de água e quando se perguntava, já menos distraído, desde há quanto tempo é que não a renovava, bem sabia o que queria dizer o peixe quando uma vez e outra subia a romper a delgadíssima película em que a água se confunde com o ar, foi precisamente nesse momento revelador que ao aprendiz de filósofo se lhe apresentou, nítida e nua, a questão que iria dar origem à mais apaixonante e acesa polémica que se conhece de toda a história deste país em que não se morre. Eis o que o espírito que pairava sobre a água do aquário perguntou ao aprendiz de filósofo, Já pensaste se a morte será a mesma para todos os seres vivos, sejam eles animais, incluindo o ser humano, ou vegetais, incluindo a erva rasteira que se pisa e a sequoiadendron giganteum com os seus cem metros de altura, será a mesma morte que mata um homem que sabe que vai morrer, e um cavalo que nunca o saberá. E tornou a perguntar, Em que momento o bicho-da-seda depois de ter se fechado no casulo e posto a tranca à porta, como foi possível ter nascido a vida de uma da morte da outra, a vida da borboleta da morte da lagarta, e serem o mesmo diferentemente, ou não morreu o bicho-da-seda porque está vivo na borboleta. O aprendiz de filósofo respondeu, O bicho-da-seda não morreu, a borboleta é que morrerá, depois de desovar, Já o sabia eu antes que tu tivesses nascido, disse o espírito que paira sobre as águas do aquário, o bicho-da-seda não morreu, dentro do casulo não ficou nenhum cadáver depois de a borboleta ter saído, tu o disseste, um nasceu da morte do outro, Chama-se metamorfose, toda a gente sabe de que se trata, disse condescendente o aprendiz de filósofo, Aí está uma palavra que soa bem, cheia de promessas e certezas, dizes metamorfose e segues adiante, parece que não vês que as palavras são rótulos que se pegam às cousas, não são as cousas, nunca saberás como são as cousas, nem sequer que nomes são na realidade os seus, porque os nomes que lhes deste não são mais do que isso, os nomes que lhes deste, Qual de nós é o filósofo, Nem eu nem tu, tu não passas de um aprendiz de filosofia, e eu apenas sou o espírito que paira sobre a água do aquário, Falávamos da morte, Não da morte, das mortes, perguntei por que razão não estão morrendo os seres humanos, e os outros animais, sim, por que razão a não-morte de uns não é a não-morte de outros, quando a este peixinho vermelho se lhe acabar a vida, e tenho que avisar-te que não tardará muito se não lhe mudares a água, será tu capaz de reconhecer na morte dele aquela outra morte de que agora pareces estar a salvo, ignorando porquê, Antes, no tempo em que se morria, nas poucas vezes que me encontrei diante de pessoas que haviam falecido, nunca imaginei que a morte delas fosse a mesma de que eu um dia viria a morrer, Porque cada um de vós tem a sua própria morte, transporta-a consigo num lugar secreto desde que nasceu, ela pertence-te, tu pertence-lhe, E os animais, e os vegetais, Suponho que com eles se passará o mesmo, Cada qual com a sua morte, Assim é, Então as mortes são muitas, tantas como os seres vivos que existiram, existem e existirão, De certo modo, sim, Estás a contradizer-te, exclamou o aprendiz de filósofo, As mortes de cada um são mortes por assim dizer de vida limitada, subalternas, morrem com aquele a quem mataram, mas acima delas haverá outra morte maior, aquela que se ocupa do conjunto dos seres humanos desde o alvorecer da espécie, Há portanto uma hierarquia, Suponho que sim, E para os animais, desde o mais elementar protozoário à baleia azul, Também, E para os vegetais, desde o bacteriófito à sequóia gigante, esta citada antes em latim por causa do tamanho, Tanto quanto creio saber, o mesmo se passa com todos eles, Isto é, cada um com a sua morte própria, pessoal e intransmissível, Sim, E depois mais duas mortes gerais, uma para cada reino da natureza, Exacto, E acaba-se aí a distribuição hierárquica das competências delgadas por tânatos, perguntou o aprendiz de filósofo, Até onde a minha imaginação consegue chegar, ainda vejo uma outra morte, a última, a suprema, Qual, Aquela que haverá de destruir o universo, essa que realmente merece o nome de morte, embora quando isso suceder já não se encontre ninguém aí para pronunciá-lo, o resto de que temos estado a falar não passa de pormenores ínfimos, de insignificâncias, Portanto, a morte não é única, conclui desnecessariamente o aprendiz de filósofo, É o que já estou cansado de te explicar, Quer dizer, uma morte, aquela que era nossa, suspendeu a actividade, as outras, as dos animais e dos vegetais, continuam a operar, são independentes, cada uma trabalhando no seu sector, Já estás convencido, Sim, Vai então e anuncia-o a toda a gente, disse o espírito que pairava sobre a água do aquário. E foi assim que a polémica começou.


José Saramago.

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Alguém pode, por favor, me explicar o que é aquela narração da Band?? Não, se é que dá pra chamar aquilo de narração, tá mais pra um grupo de comentaristas e narrador que se juntaram pra falar besteiras e soltar piadinhas sem graça e jogo que é bom, nada. Aliás, narrar o jogo? Porque? Pra que? Conversar é muito mais divertido. Tá barrando o Galvão Bueno na categoria asneira e barrando o Rambrant na categoria péssimo narrador. "E a bola ficou ali, no meio do pagode" No meio de onde??? Ah não, tenha santa paciência...
Hoje é um daqueles dias em que, já que você levantou da cama, senta a bunda no sofá, se enrrola num cobertor, abraça o cachorro (na falta de coisa melhor, se é que me entendem) e tem uma overdose cinematográfica. E sem filmezinhos tristes, dramas ou derivados. Do jeito que as coisas vão, minha vida já daria um, e dos mais melosos e clichês!

Se me dão licença, a sessão já vai começar.

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Eu devia receber um prêmio por saber, como ninguém, adiar as coisas. Tudo meu fica "pra amanhã". Sempre. E o amanhã que é bom, nunca chega. Amanhã eu estudo, amanhã eu arrumo o quarto, amanhã eu faço feira, amanhã eu arrumo a mala, amanhã eu começo a ler, amanhã eu escrevo, amanhã eu me organizo, amanhã, amanhã, amanhã... E quando chega "amanhã", eu repito exatamente a mesma coisa.

Escrever. É uma coisa que venho adiando há um mês, pelo menos. Meu momento de reflexão, por mais estranho que possa parecer, é dentro do ônibus, indo pra qualquer lugar (geralmente pro colégio ou voltando dele). É no ônibus que eu me programo, que eu me prometo que vou colocar minhas coisas em dia, que vou finalmente escrever qualquer coisa que seja ou responder a carta da Ju que, coitada, espera meses pela minha resposta. Mas é só eu chegar em casa e tudo fica pra amanhã. Eu juro que não é culpa minha. Deve haver algum feitiço preguiça impregnado na minha casa que faz com que eu esqueça tudo que foi programado nas, mais ou menos, meia hora que eu passo dentro do ônibus, como um passe de mágica.

*pausa*

Por mais que algumas ligações inesperadas sejam muito bem vindas, elas cortam completamente a linha de raciocínio.


Bom, o resto desse texto fica pra amanhã.

a letter to Elise.

"and every time i try to pick it up
like falling sand
as fast as i pick it up
it runs away through my clutching hands
but there's nothing else i can really do
there's nothing else
i can really do
at all..."

domingo, 2 de setembro de 2007

Sábado descontrole. De tarde, festa doidera na casa de Raul. De noite, aniversário de Dan lá na Red Lounge. A propósito, o que eu tava fazendo naquele lugar? Me senti um bicho exótico no meio de tanta gente 'cool' e 'baladeira'. Deprimente. Mas não mais do que a minha situação, embriagada, sentada no sofá e olhando com cara de "como assim?" pra toda aquela gente 'descolada' dando entrevista ou dançando euforicamente deixando transparecer toda a sua felicidade excessiva e efêmera. Só Dan mesmo pra me fazer parar alí...

Ainda dei de cara cara com o mesmo psicopata que tava na Nox no dia do show de Matanza me sacando o tempo inteiro; é, o cara que parece com o vocalista do Weezer e dança igual ao Austin Powers. Ele tá sempre sozinho, sério, bebendo, andando e observando todo mundo. Medo do caralho dele. Bizarro.

Depois de um sábado afogando as mágoas num copo de cerveja, só me resta resumir meu domingo num prato de brigadeiro (e me transformar numa baleia logo na seqüência).



Passar bem.

sexta-feira, 31 de agosto de 2007

A Arte do Insulto

"Nada mal pr'um boçal,
Retardado mental, infeliz.
Tanto quis ser o tal,
Conhecido entre os mais imbecis.
Muito bem: você tem o talento
que faz de você tão proeminente panaca,
dos que não são comuns de se ver.
Começou fazendo bobagem desde que chegou,
Não parou nem quando o bar todo esvaziou.
Bebe demais, fala demais,
mas na real não diz merda nenhuma!
Só fica aí cheio de si,
Mas não resolve as cagadas que arruma.
Enquanto você fica aí arrumando tumulto,
Eu vou me aprimorando na Arte do Insulto."

terça-feira, 28 de agosto de 2007

Humano, demasiado humano.

O jovem aprecia explicações metafísicas, porque lhe mostram, nas coisas que achava desagradáveis ou desprezíveis, algo de significativo interesse; e se está insatisfeito consigo mesmo, alivia esse sentimento, quando reconhece o recôndito enigma do mundo ou miséria do mundo naquilo que tanto reprova em si. Sentir-se mais irresponsável e ao mesmo tempo achar as coisas interessantes – é para ele como o duplo benefício que deve à metafísica. Mais tarde, na verdade, passa a ter desconfiança em relação a todo o gênero de explicação metafísica; então talvez descubra que esses efeitos podem ser alcançados tão bem e mais cientificamente por outro caminho; que as explicações físicas e históricas provocam pelo menos em igual medida sentimentos de irresponsabilidade pessoal e que esse interesse pela vida e seus problemas talvez se inflame ainda mais.


Nietzsche.

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

"Isn't he a bit like you and me?"

"He's a real nowhere man,
Sitting in his nowhere land,
Making all his nowhere plans
for nobody."

sábado, 25 de agosto de 2007

"Me dê uma cachaça, eu tô amargo demais pra beber cerveja..."
Alan- Menina, essa tua calça tá tão apertada que parece que foi embalada a vácuo!


HAUHAUAHUHAUHAUHAUHAUUAHA

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

tô careca!

eu- Leo, tu percebeu que aquela galera não para de olhar pra cá? Já tá me dando raiva...
leo- Amiga, sabe o que a gente faz? Vai lá pra frente deles, daí eu te abraço e digo "então amiga, a gente se vê e melhoras do câncer, viu?" :D

HAHAHAHAHAHAHA
Ok, ein.

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

"Entre raios e trovões
Terremotos, furacões
Eu descanço.
Em penhascos e vulcões
Maremotos, explosões
Eu me jogo."

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Nieger.

Hotel do Coração Partido


"Alguns dizem que ele ainda bate, outros que são apenas ecos do passado vagando naquela imensidão. O que se sabe ao certo, é que alguns hotéis são grandes demais para um hóspede só."
(it's been a bad day)


O vício pela mágoa não me faz mal porque ser feliz não é tão comum assim..

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

humanas A (é a 'euva' haha)

*aula de Fernanda Pessoa, dois meninos jogando baralho*

Fê- eu não acredito que vocês estão jogando baralho não... Sapo, bota moral aí!
*sapo vira*
Sapo- bora, me da esse caralho, acabou a festa aqui.
- er.. brigada Sapo, mas podia ter evitado o...
Sapo- desculpa professora, foi só pra ser mais enfático.

*dois minutos depois*

Fê- minha gente, uma carta tem título? não! então pra que perguntar isso? pra que colocar título?
Alguém- é pra puxar assunto, professora...

*ontem*

Sapo- vai, quero ver se tu sabe, diz aí quem foi Ghandi!
Andrei- num era um cantor de reggae?
hahahahahahhahah
Vitinho- nãããão porra, foi aquele cara lá que libertou a África!
Sapo- foi a Índia, imbecil! esse é Mandela!

hahahahahahahha Um poço de sabedoria, pelamor.

*hoje, na prova*

Fiscal- alguém tá sem prova?
*Rafael levanta a mão*
Fiscal- tá, eu vou mandar buscar. enquanto isso esperem e sem conversar!
Rafael- porra, nem conversar pode!


hahahaha esse povo não existe...

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

conflitos existenciais.



Flutuando por entre pensamentos suicídas e notas musicais;
Como bolhas.

domingo, 12 de agosto de 2007

não se conserta o que já nasce com defeito.

"Mesmo que eu pudesse controlara minha raiva
Mesmo que eu quisesse conviver com a minha dor
Nada sairia do lugar que já estava
Não seria nada diferente do que sou
Não quero me veja
Não quero que me chame
Não quero que me diga
Não quero que reclame
Eu espero que você entenda bem
Eu não gosto de ninguém."

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

em um beco sem saída.





Eu e minha estupidez, olhando o que eu achava que era vida.

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Música para beber e brigar!

Quando ? 08/08 (Quarta-feira) às 22h
Quanto ? R$ 15,00
Onde ? Nox (Av. Domingos Ferreira, 2422 - Boa Viagem - Fone: 81.3326.8836)
Quem ? Matanza (RJ), Vamoz e River Raid



Let's rock, man!

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

O difícil não é aprender a conviver, mas aprender a conviver consigo mesmo.

sábado, 4 de agosto de 2007

Às vezes você descobre que não importa o quanto você se importe, as pessoas simplesmente não se importam.









PS: Hello, everybody, tô sem cel até segunda ordem.

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Vasco 2x0 Internacional

Apesar do juiz ladrão que deixou de dar 298361872653 de cartões amarelos e de expulsar 2981263981263 de jogadores do Inter (tá, sem exageros, mas dava pra ele expulsar dois jogadores ali pelo menos umas 3 vezes!), apesar do narrador e dos comentaristas ficarem agourando o jogo inteiro (por causa do jogo passado contra o Palmeiras, que o Vasco começou ganhando cá porra de 2x0 e, com um jogador a mais, deixou o Palmeiras ganhar de 3x2) o Vasco ganhou, porra! E ainda fora de casa, E DIGAM AMÉM, IRMÃOS! haha Dos 10 jogos, o Vasco ganhou 5 em casa e perdeu 5 fora de casa, tava na hora de acabar com essa palhaçada haha Com essa vitória, o Vasco sobe pra 3ª colocação e garante, por enquanto, uma vaga na Libertadores o/

Eu, no jogo passado, falei tão mal do Perdigão (porque o bicho jogou mal pa porra) que acho que ele resolveu tirar uma onda da minha cara hoje. Ou então quis consertar todos os erros dessa vez haha

E pra finalizar, eu gostaria de mandar um beijo especial pro Conca e pro Silvio Luiz, que é um goleiro do caralho! (e, falando na boa, o time se resume praticamente à eles dois) hahah E um pra Xuxa também, pra não quebrar a tradição.
(tô, tô feliz pra cacete, porra!)

Pra quem quiser saber mais um pouquinho :}





Ps: Meus parabéns pro Sport, que provou ser um time do caralho ao virar o jogo e ganhar do Palmeiras com dois jogadores a menos (: (cá pra nós, vingou o Vasco :x )

Ps²: Não, George, Totolec é de matar! Como é que uma loteria pode achar bonito ter esse nome? haha

terça-feira, 31 de julho de 2007

"Querida, chegei!"

Cara, tá passando A Família Dinossauro na Band! Não sei o horário ao certo e nem se é todo dia, peguei por acaso, mudando de canal. Mas é perto das 20h. Dino, Fran, Bobby, Charlene, Baby, Vovó Zilda, Roy Hess, Sr. Hichfield... Puts, nostalgia total... Mais informações, aqui.






[/edit] "A série voltou a ser exibida no dia 30 de Julho de 2007 pela TV Bandeirantes, de segunda a sexta às 20:15h"
E viva a Wikipédia!!

Acabou o PAN!

Só o Simão pra fechar o PAN com chave de ouro.

sexta-feira, 27 de julho de 2007

Nosso mundo é uma ilusão coletiva.

quinta-feira, 19 de julho de 2007

Orfeu.


Dizem que o cachorro é a cara do dono. No nosso caso não é diferente: ele não gosta de cachorros assim como eu não gosto de gente.

eu sou nada e é isso que me convém.


domingo, 8 de julho de 2007

'é tão estranho, os bons morrem antes'

Mais um grande músico que se vai.
Fica em paz, Rafa.

quinta-feira, 5 de julho de 2007

Memórias Póstumas de Brás Cubas

"Dedicatória

Ao verme que primeiro roeu as frias carnes do meu cadáver, dedico como saudosa lembrança estas Memórias Póstumas.


Ao Leitor

Que Stendhal confessasse haver escrito um de seus livros para cem leitores, cousa é que admira e consterna. O que não admira, nem provavelmente consternará é se este outro livro não tiver os cem leitores de Stendhal, nem cinqüenta, nem vinte, e quando muito, dez. Dez? Talvez cinco. Trata-se, na verdade, de uma obra difusa, na qual eu, Brás Cubas, se adotei a forma livre de um Sterne, ou de um Xavier de Maistre, não sei se lhe meti algumas rabugens de pessimismo. Pode ser. Obra de finado. Escrevi-a com a pena da galhofa e a tinta da melancolia, e não é difícil antever o que poderá sair desse conúbio. Acresce que a gente grave achará no livro umas aparências de puro romance, ao passo que a gente frívola não achará nele o seu romance usual, ei-lo aí fica privado da estima dos graves e do amor dos frívolos, que são as duas colunas máximas da opinião.
Mas eu ainda espero angariar as simpatias da opinião, e o primeiro remédio é fugir a um prólogo explícito e longo. O melhor prólogo é o que contém menos cousas, ou o que as diz de um jeito obscuro e truncado. Conseguintemente, evito contar o processo extraordinário que empreguei na composição destas Memórias, trabalhadas cá no outro mundo. Seria curioso, mas nimiamente extenso, e aliás desnecessário ao entendimento da obra. A obra em si mesma é tudo: se te agradar, fino leitor, pago-me da tarefa; se te não agradar, pago-te com um piparote, e adeus."

Machado de Assis.

quarta-feira, 4 de julho de 2007

dominó.

(ontem) Termina o jogo:
Xandão- Porra, Excluído tinha tanto ponto que dava pra trocar por uma bicicleta alí no Bompreço...
(Xandão vai embora. Eu, Excluído, Maligno e Fábio indo pra aula de Thales. Os meninos conversando e eu mega distraída, só peguei os pedaços da conversa)
alguém- não porque... buscar... bicicleta...ali.. bompreço
eu- Tu vai buscar agora?? Tem aula de Thales, po!
(2 segundos depois percebe a merda que falou...)

(hoje) No meio do jogo, passa um menino do cabeção:
Xandão- Porra, que cabeça do caralho!
(todo mundo vira)
Excluído- hahah Dispense, po!
Xandão- Esse aí chega em casa e diz: "Mamãe, mamãe, tem um circo no quintal de casa!" E a mãe: "Não, meu filho, é que eu coloquei o seu boné no varal."

AHUAHUAHUAHAU Tipo, q? Sem esquecer a cruzada de Excluído (quando eu e Fábio estávamos ganhando de 5x0) ontem e as duas cruzadas de Xandão hoje! haha O tal do dominó vicia, hoje a gente jogou de 9h da manhã até 13:30h, com um intervalozinho de 20min no máximo! Digaê, aula do pré-férias que é bom nada... Eu já disse, se continuar desse jeito, até dia 13 vai tá todo mundo phd em dominó! hahaha Xandão já perguntou quando chega o diploma... Só tem normal, tô dizendo.

E fica aqui minha singela homenagem ao meu grande parceiro de dominó, Xandão!! ALÔ VOCÊ! HAHAHA Tem parceria mais bizarra não, só vendo mesmo (se é que a gente pode ser considerado 'parceria' com toda a cooperação mútua e delicadezas a parte.. haha).

Vasco 4x0 Santos

Vasco da Gama, tua fama assim se fez!!

domingo, 1 de julho de 2007

ruído constante.

"Eu agora só escuto rádio, vitrola, gravador.
Campainha, telefone, secretária eletrônica eu não ouço nunca mais, pelo menos por enquanto.
Quem quiser papo comigo tem que calar a boca enquanto eu fecho o bico.
E estamos conversados."

Suje-se, gordo!

Uma noite, há muitos anos, passeava eu com um amigo no terraço do Teatro de S. Pedro de Alcântara. Era entre o segundo e o terceiro ato da peça A sentença ou o Tribunal do júri. Só me ficou o título, e foi justamente o título que nos levou a falar da instituição e de um fato que nunca mais me esqueceu.
— Fui sempre contrário ao júri — disse-me aquele amigo — não pela instituição em si, que é liberal, mas porque me repugna condenar alguém, e por aquele preceito do Evangelho: “ Não obstante, servi duas vezes. O tribunal era então no antigo Aljube, fim da Rua dos Ourives, princípio da Ladeira da Conceição.
Tal era o meu escrúpulo que, salvo dois, absolvi todos os réus. Com efeito, os crimes não me pareceram provados; um ou dois processos eram mal feitos. O primeiro réu que condenei era um moço limpo, acusado de haver furtado certa quantia, não grande, antes pequena, com falsificação de um papel. Não negou o fato, nem podia fazê-lo, contestou que lhe coubesse a iniciativa ou inspiração do crime. Alguém, que não citava, foi que lhe lembrou esse modo de acudir a uma necessidade urgente; mas Deus, que via os corações, daria ao criminoso verdadeiro o merecido castigo. Disse isso sem ênfase, triste, a palavra surda, os olhos mortos, com tal palidez que metia pena; o promotor público achou nessa mesma cor do gesto a confissão do crime. Ao contrário, o defensor mostrou que o abatimento e a palidez significavam a lástima da inocência caluniada.
Poucas vezes terei assistido a debate tão brilhante. O discurso do promotor foi curto, mas forte, indignado, com um tom que parecia ódio, e não era. A defesa, além do talento do advogado, tinha a circunstância de ser a estréia dele na tribuna. Parentes, colegas e amigos esperavam o primeiro discurso do rapaz, e não perderam na espera. O discurso foi admirável, e teria salvo o réu, se ele pudesse ser salvo, mas o crime metia-se pelos olhos dentro. O advogado morreu dois anos depois, em 1865. Quem sabe o que se perdeu nele! Eu, acredite, quando vejo morrer um moço de talento, sinto mais que quando morre um velho... Mas vamos ao que ia contando. Houve réplica do promotor e tréplica do defensor. O presidente do tribunal resumiu os debates, e, lidos os quesitos, foram entregues ao presidente do Conselho, que era eu.
Não digo o que se passou na sala secreta; além de ser secreto o que lá se passou, não interessa ao caso particular, que era melhor ficasse também calado, confesso. Contarei depressa; o terceiro ato não tarda.

Um dos jurados do Conselho, cheio de corpo e ruivo, parecia mais que ninguém convencido do delito e do delinqüente. O processo foi examinado, os quesitos lidos, e as respostas dadas (onze votos contra um); só o jurado ruivo estava inquieto. No fim, como os votos assegurassem a condenação, ficou satisfeito, disse que seria um ato de fraqueza, ou coisa pior, a absolvição que lhe déssemos. Um dos jurados, certamente o que votara pela negativa — proferiu algumas palavras de defesa do moço. O ruivo — chamava-se Lopes — replicou com aborrecimento:
— Como, senhor? Mas o crime do réu está mais que provado.
— Deixemos de debate, disse eu, e todos concordaram comigo.
— Não estou debatendo, estou defendendo o meu voto, continuou Lopes. O crime está mais que provado. O sujeito nega, porque todo o réu nega, mas o certo é que ele cometeu a falsidade, e que falsidade! Tudo por uma miséria, duzentos mil-réis! Suje-se gordo! Quer sujar-se? Suje-se gordo!
“ Confesso-lhe que fiquei de boca aberta, não que entendesse a frase, ao contrário; nem a entendi nem a achei limpa, e foi por isso mesmo que fiquei de boca aberta. Afinal caminhei e bati à porta, abriram-nos, fui à mesa do juiz, dei as respostas do Conselho e o réu saiu condenado. O advogado apelou; se a sentença foi confirmada ou a apelação aceita, não sei; perdi o negócio de vista.
Quando saí do tribunal, vim pensando na frase do Lopes, e pareceu-me entendê-la. “ era como se dissesse que o condenado era mais que ladrão, era um ladrão reles, um ladrão de nada. Achei esta explicação na esquina da Rua de S. Pedro; vinha ainda pela dos Ourives. Cheguei a desandar um pouco, a ver se descobria o Lopes para lhe apertar a mão; nem sombra de Lopes. No dia seguinte, lendo nos jornais os nossos nomes, dei com o nome todo dele; não valia a pena procurá-lo, nem me ficou de cor. Assim são as páginas da vida, como dizia meu filho quando fazia versos, e acrescentava que as páginas vão passando umas sobre outras, esquecidas apenas lidas. Rimava assim, mas não me lembra a forma dos versos.
Em prosa disse-me ele, muito tempo depois, que eu não devia faltar ao júri, para o qual acabava de ser designado. Respondi-lhe que não compareceria, e citei o preceito evangélico; ele teimou, dizendo ser um dever de cidadão, um serviço gratuito, que ninguém que se prezasse podia negar ao seu país. Fui e julguei três processos.
Um destes era de um empregado do Banco do Trabalho Honrado, o caixa, acusado de um desvio de dinheiro. Ouvira falar no caso, que os jornais deram sem grande minúcia, e aliás eu lia pouco as notícias de crimes. O acusado apareceu e foi sentar-se no famoso banco dos réus. Era um homem magro e ruivo. Fitei-o bem, e estremeci; pareceu-me ver o meu colega daquele julgamento de anos antes. Não poderia reconhecê-lo logo por estar agora magro, mas era a mesma cor dos cabelos e das barbas, o mesmo ar, e por fim a mesma voz e o mesmo nome: Lopes.
— Como se chama? perguntou o presidente.
— Antônio do Carmo Ribeiro Lopes.
Já me não lembravam os três primeiros nomes, o quarto era o mesmo, e os outros sinais vieram confirmando as reminiscências; não me tardou reconhecer a pessoa exata daquele dia remoto. Digo-lhe aqui com verdade que todas essas circunstâncias me impediram de acompanhar atentamente o interrogatório, e muitas coisas me escaparam. Quando me dispus a ouvi-lo bem, estava quase no fim. Lopes negava com firmeza tudo o que lhe era perguntado, ou respondia de maneira que trazia uma complicação ao processo. Circulava os olhos sem medo nem ansiedade; não sei até se com um pontinha de riso nos cantos da boca.
Seguiu-se a leitura do processo. Era uma falsidade e um desvio de cento e dez contos de réis. Não lhe digo como se descobriu o crime nem o criminoso, por já ser tarde; a orquestra está afinando os instrumentos. O que lhe digo com certeza é que a leitura dos autos me impressionou muito, o inquérito, os documentos, a tentativa de fuga do caixa e uma série de circunstâncias agravantes; por fim o depoimento das testemunhas. Eu ouvia ler ou falar e olhava para o Lopes. Também ele ouvia, mas com o rosto alto, mirando o escrivão, o presidente, o teto e as pessoas que o iam julgar; entre elas eu. Quando olhou para mim não me reconheceu; fitou-me algum tempo e sorriu, como fazia aos outros.
Todos esses gestos do homem serviram à acusação e à defesa, tal como serviram, tempos antes, os gestos contrários do outro acusado. O promotor achou neles a revelação clara do cinismo, o advogado mostrou que só a inocência e a certeza da absolvição podiam trazer aquela paz de espírito.
Enquanto os dois oradores falavam, vim pensando na fatalidade de estar ali, no mesmo banco do outro, este homem que votara a condenação dele, e naturalmente repeti comigo o texto evangélico: “ Confesso-lhe que mais de uma vez me senti frio. Não é que eu mesmo viesse a cometer algum desvio de dinheiro, mas podia, em ocasião de raiva, matar alguém ou ser caluniado de desfalque. Aquele que julgava outrora, era agora julgado também.
Ao pé da palavra bíblica lembrou-me de repente a do mesmo Lopes: “ Não imagina o sacudimento que me deu esta lembrança. Evoquei tudo o que contei agora, o discursinho que lhe ouvi na sala secreta, até àquelas palavras: “ Vi que não era um ladrão reles, um ladrão de nada, sim de grande valor. O verbo é que definia duramente a ação. “ Queria dizer que o homem não se devia levar a um ato daquela espécie sem a grossura da soma. A ninguém cabia sujar-se por quatro patacas. Quer sujar-se? Suje-se gordo!
Idéias e palavras iam assim rolando na minha cabeça, sem eu dar pelo resumo dos debates que o presidente do tribunal fazia. Tinha acabado, leu os quesitos e recolhemo-nos à sala secreta. Posso dizer-lhe aqui em particular que votei afirmativamente, tão certo me pareceu o desvio dos cento e dez contos. Havia, entre outros documentos, uma carta de Lopes que fazia evidente o crime. Mas parece que nem todos leram com os mesmos olhos que eu. Votaram comigo dois jurados. Nove negaram a criminalidade do Lopes, a sentença de absolvição foi lavrada e lida, e o acusado saiu para a rua. A diferença da votação era tamanha que cheguei a duvidar comigo se teria acertado. Podia ser que não. Agora mesmo sinto uns repelões de consciência. Felizmente, se o Lopes não cometeu deveras o crime, não recebeu a pena do meu voto, e esta consideração acaba por me consolar do erro, mas os repelões voltam. O melhor de tudo é não julgar ninguém para não vir a ser julgado. Suje-se gordo! suje-se magro! suje-se como lhe parecer! o mais seguro é não julgar ninguém... Acabou a música, vamos para as nossas cadeiras.

Machado de Assis.

Esse conto, pra mim, foi o princípio de tudo. O vi pela primeira vez no programa da Tv Cultura, Contos da Meia Noite, interpretado pelo Matheus Nachtergaele . Depois disso, a paixão por Machado só fez crescer. Procurei no youtube pra ver se tinha o vídeo, mas não achei nada. :/

A propósito, alguém aí sabe se a Cultura ainda passa esse programa?